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Crítica: Como The End of the World me fez rever minha saúde mental

A série BL japonesa Bokura no Micro na Shuumatsu, ou seu título americanizado The End of the World (o que acho totalmente desnecessário séries asiáticas trocarem seus títulos originais para o inglês) teve seu lançamento no dia 30 de janeiro e contou com oito episódios.


Entre as produções japonesas, Bokura no Micro na Shuumatsu, foi a que mais me surpreendeu pelo seu elenco e seus temas profundos e complexos.

Sua história, que de inicio possui um tempo psicológico, em que o Nishina Masumi volta ao passado e revive suas emoções, acaba sabendo que um grande meteoro está prestes a chegar e atingir a o planeta Terra.

Essa notícia acabou caindo como uma bomba para Masumi, e sem escolhas nosso protagonista decide passar seus últimos dias na Terra em uma antiga biblioteca em que ele frequentava. porém o destino acaba mudando seus planos, pois Masumi acaba encontrando Kusakabe Ritsu, um cara em que ele teve um breve relacionamento que acabou sendo bastante trágico. Após isso eles seguem uma jornada cheia de descobertas e emoções.


Bokura no Micro na Shuumatsu me fez refletir sobre como lidamos com nossa vida, nossos turmas e como podemos enfrentar nossos medos. Não só uma mera história sobre um meteoro e um romance entre dois caras. A série faz uma analogia sobre o que é necessário para sairmos da nossa zona de conforto e resolvermos os nossos fantasmas.

O grande meteoro podemos pensar como nossos traumas e realidades que não queremos viver, no entanto, pairam sobre nós e que sabemos que é um baita problema, mas nunca paramos para pensar que eles cedo ou tarde irá nos colidir e nos cobrar pelos anos negligenciados.

Para Masumi, seu trágico relacionamento amoroso e familiar se tornou um bloqueio mental que o causou severos danos em sua vida social e que não tratado da melhor forma, foi escondido e reprimido ao longo do tempo. A chegada daquela imensa rocha confrontou sobre o seu verdadeiro sentido na Terra e o que ele realmente fez de positivo em sua vida.

Outro ponto bastante positivo nesta série foi abordar a questão de relacionamentos tóxicos, seja entre casais ou entre familiares. Foi um dos pontos que até abordei em uma das lives do AIIGO! sobre com o somos obrigados a manter um vinculo familiar com pessoas que destroem nossa saúde mental.

Sem dúvida Masumi por sofrer com uma mãe abusiva lhe causou problemas de aceitação e amor próprio, o que acabou o levando a um namoro desastroso e dependente, achando que o afeto e carinho de Ritsu eram tudo em sua vida, mas não passavam de "migalhas" dadas a ele, e que Ritso não estava em nenhum momento pensando em Masumi realmente.


Mas nesse emaranhado de emoções também nunca paramos para pensar que as pessoas que passam em nossas vidas e nos machucam de certa também possuem seus traumas não resolvidos e que muitas vezes eles acabam replicando o que já sofreram para outras pessoas.

Mesmo Ritso sendo um cara bonitão, atraente e um predador sexual, no decorrer do BL, percebemos que ele possui seus grandes dilemas e a dor da culpa por fazer diversas escolhas erradas no passado.

Uma jornada tão árdua que é ir em busca do autoconhecimento é perceber que não podemos seguir nessa jornada sozinho, que necessitamos de personagens "coadjuvantes" que impulsionem nossa história como protagonistas da nossa própria série que é a vida. No BL podemos ver muito isso, em que Yuma e Kagami, dois personagens tão diferentes dos nossos protagonistas se tornaram verdadeiros amigos e não os abandonaram mesmo com todos os problemas.


Outro ponto inovador dessa história, foi trazer uma pessoa não binária na série, Idegami Baku já afirmou em seu Instagram que considera não ter nenhum gênero. E tudo isso pode até ser representado na história de seus personagens, Kagami Meguru e Kagami Madoka. E o fato de como pessoas que fogem dos padrões lidam com sua vida social e a busca de um relacionamento e que podem estar ao nosso lado e não os compreendemos.

Bokura no Micro na Shuumatsu me fez pensar sobre o que realizei em todos esses anos de minha vida, se do nada um meteoro estivesse preste a cair na Terra, o que eu faria?, além do fato de como eu lidei com meus antigos relacionamentos e traumas do passado.

Me identifiquei muito com Masumi, Ristso, Kagami e Yuma, que assim como a série que estreou em janeiro, eu entrei nesse mês em um processo de dúvidas sobre minha existência e o que estou fazendo pela minha saúde mental. Eu confesso, o meu "meteoro" finalmente entrou em rota de colisão em minha vida e agora terei que escolher entre me esconder e esperar por uma destruição eminente ou sair em busca de uma jornada de autoconhecimento como Masumi e Ritsu fizeram.


Eu super indico que você assista Bokura no Micro na Shuumatsu, você irá sempre perceber que você é um pouco de Masumi, Ritso, Kagami e Yuma. E se caso você esteja enfrentando com problemas em sua vida, busque por ajuda e siga sua jornada.