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O fenômeno do Soft Power tailandês: Como as séries BL se tornaram uma indústria bilionária

O sucesso das séries BL (Boys' Love) e GL (Girls' Love) tailandesas no cenário global não é mais apenas uma tendência, mas um motor econômico poderoso para o país. Com um impacto que vai muito além das telas, o gênero se tornou um dos "Soft Powers" mais influentes da Tailândia, gerando bilhões de baht anualmente e abrindo portas para a cultura local.

De um nicho para um fenômeno global


Em 2019, as séries BL representavam apenas 0,7% do valor da produção de entretenimento na Tailândia. A expectativa é que, até o final de 2025, esse número chegue a 3,9%, com um valor de mercado de mais de 5 bilhões de baht por ano (aproximadamente R$ 750 milhões). Essa ascensão impressionante é impulsionada principalmente por um público com alto poder de compra, composto por jovens das gerações Z e Millennial, que buscam e apoiam ativamente conteúdos alinhados com valores como diversidade e inclusão.


O alcance global é outro ponto forte: as séries tailandesas já foram licenciadas para mais de 190 países, sendo distribuídas por plataformas como Netflix, WeTV, iQIYI, Viu e GagaOOLala. Atualmente, a Tailândia detém 53% do mercado de séries BL asiático, solidificando sua posição como líder.

O ecossistema por trás do sucesso


O sucesso nas telas começa com o trabalho por trás das câmeras, onde agências de licenciamento desempenham um papel crucial. A Amarin Literary Agency (AMLA), por exemplo, atua como uma ponte entre os autores e as produtoras de série, garantindo que os direitos autorais sejam protegidos e que as obras cheguem ao mercado internacional. Entre as obras cujos direitos foram licenciados com sucesso pela agência estão:

"Naughty Babe" (ดื้อเฮียก็หาว่าซน) e "Cutie Pie" (นิ่งเฮียก็หาว่าซื่อ), do autor Bambam, licenciados para vários países, incluindo França e Coreia.

"GAP: The Series" (ทฤษฎีสีชมพู) e "Pluto" (นิทาน ดวงดาว ความรัก), da autora Jaoplanoi, com direitos de tradução vendidos para o Brasil, Itália e China.

Além disso, a indústria explora o que é conhecido como "Fandom Economy", que vai muito além das séries. Inclui a venda de produtos oficiais, a organização de fan meetings e shows, e a criação de parcerias com marcas que, por meio do poder dos fãs, conseguem esgotar seus produtos em poucas horas.

Cenário em evolução e desafios futuros


A competição no mercado está mais acirrada do que nunca, com produtoras e plataformas de streaming disputando o bolo. Para se manterem competitivas, as produtoras estão investindo em novas estratégias, como o remake de dramas clássicos (Love Destiny é um exemplo) para versões BL, uma forma de atrair bases de fãs já existentes.

Plataformas como a iQIYI também estão se adaptando. A empresa implementou um modelo de "Revenue Sharing", oferecendo aos produtores até 70% da receita líquida, um dos maiores percentuais da indústria. Esse modelo visa criar um ecossistema mais sustentável e atrair talentos, ajudando a impulsionar a indústria.

Apesar do crescimento, o setor ainda enfrenta desafios, como a sustentabilidade dos lucros (devido aos altos custos de produção), a necessidade de diversificar o conteúdo para evitar a saturação do mercado e as restrições legais em alguns países que podem dificultar a exportação.

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