Não podemos mais tolerar preconceito e estereótipos dentro do universo BL

O fenômeno Boys’ Love (BL) trouxe visibilidade a romances entre homens e construiu uma comunidade global vibrante — mas também uma contradição perigosa: enquanto a indústria cresce, dentro dela persistem comportamentos discriminatórios que ferem justamente quem o gênero deveria visibilizar.


O problema vem de duas frentes. Primeiro, práticas de produção e estereótipos antiquados (dinâmicas seme/uke, romantização de violência, fetichização) que reduzem personagens e apagam a complexidade das vidas LGBTQIAPN+. Segundo, comportamentos tóxicos no fandom: silenciamento de vozes queer, misoginia contra personagens femininas, além de pressão e assédio sobre atores que tentam separar vida pessoal e profissional. Tudo isso corrói a possibilidade de o BL ser um espaço seguro — e culturalmente responsável.


Por que algumas fãs mulheres, mesmo amando BL, reproduzem preconceito contra pessoas LGBTQIAPN+? Em muitos casos, há uma desconexão entre fantasia e empatia: o consumo do BL como objeto estético/fetiche (para entretenimento) pode conviver com desconhecimento das realidades queer. Soma-se aí um fenômeno de territorialidade do fandom: visibilidade e críticas vindas de pessoas queer são percebidas como ameaça à “fantasia” e rechaçadas, gerando respostas de hostilidade. É um problema cultural — e político — que exige autoconsciência.

As consequências não são apenas morais. Em vários países atitudes e condutas LGBTfóbicas podem ter repercussões jurídicas e administrativas — que vão desde denúncias civis e sanções trabalhistas até processos penais quando há discurso de ódio, incitação à violência ou discriminação sistemática. No Brasil, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal decidiu que homofobia e transfobia devem ser tratadas como crimes análogos ao racismo, com implicações penais. Em decisões posteriores, o tribunal reforçou medidas contra discursos e atos homofóbicos, abrindo caminho para sanções mais severas.

Chega de normalizar ofensas, piadas às custas de identidades, ou esperar que pessoas LGBTQIAPN+ “aguentem” o fandom. Produtoras, plataformas e fãs precisam assumir responsabilidade: revisar estereótipos, ouvir criadores queer, punir assédio e transformar espaços de debate em lugares seguros. Defender o BL é também defender toda a comunidade LGBTQIAPN+ por trás das histórias.

O AIIGO! será sempre um espaço de liberdade e respeito às diversidades, comprometido com a construção de um Brasil e de um mundo mais justos para todos. Estaremos, incondicionalmente, ao lado das vítimas de toda forma de violência e discriminação.

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